segunda-feira, 5 de abril de 2010

Política e Revolucionários: A ingenuidade a serviço dos políticos expertos e da mídia servil

.
Na madruga de 31 de março para 1º de abril de 1964, os militares, insuflados pelos políticos matreiros e com segundas intenções, como Carlos Lacerda, Paulo Salim Maluf, Antônio Carlos Magalhães (que não provoca qualquer saudade), o escroque Roberto Campos (que também não desperta saudades), Antônio Delfim Neto, entre outros tantos, deram o golpe e derrubaram do poder o vice-presidente João Belchior Marques Goulart (o Jango), que assumira legitimamente a Presidência da República, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, tendo que, com a ajuda do general Assis Brasil, obrigatoriamente se exilado no Uruguai para não ser preso ou morto pelos golpistas.

A "ditadura fardada", que teve cinco presidentes, ou melhor cinco interventores militares [Humberto de Alencar Castelo Branco, os gaúchos Arthur da Costa e Silva (Taquari-RS), Emílio Garrastazu Médici (Bagé-RS), Ernesto Geisel (Bento Gonçalves-RS) e João Batista Figueiredo], levou o Brasil a estagnação política e alimentou aos vícios da corrupção, desvios de dinheiro públicos através de obras faraônicas, uma que outra acabada e a maioria inacabada, como a Transamazônica, entre tantas mais.

Em 21 de abril de 1985, com a morte do eleito Tancredo de Almeida Neves, pelo Colégio Eleitoral (em qualquer sistema os políticos, como se donos do Brasil, inventam todas as formas e meios para viabilizar processos que lhes interessam), em processo de eleição indireta (o povo não participou), assume o seu vice José Sarney de Araújo Costa. Aí começa um novo processo de derrocada da moral e da ética na política, com o sistema de "benesses" às Organizações Globo, através do Ministério das Comunicações, então ocupado por ACM - Antônio Carlos Magalhães, dono da TV Bahia, que privilegiou o grupo liderado por Roberto Marinho, e este apoiara a "ditadura militar" desde a sua implantação, assim como os donos da Folha de S. Paulo.

Pois agora, véspera de novas eleições no Brasil, quando em outubro será eleito o Presidente, Senadores, Deputado Federais e Estaduais, Governadores, surge uma insuportável carga de e-mail, sendo que 99,9% de anônimo - o anonimato, nesse caso é, além de ação de covardes, uma forma de vilipendiar sobre a moral e as atitudes de outras pessoas (candidatos), escondendo-se nas conchas do anonimato -, que na realidade nada mais são do que gente mandada, cabos eleitorais pagos para fazer uma espécie de anti-propaganda, fundamentalmente, contra a candidata apoiada pelo atual presidente Luís Inácio Lula da Silva, pelo fato de ter sido uma atuante revolucionária contra a Ditadura Militar, que vigou durante 21 anos consecutivamente, e que assim, causou um atraso político e social incalculável ao País, castrando à força a liberdade de expressão e impondo à força a censura à imprensa, impedindo o surgimento de novas lideranças e o direito dos brasileiros de irem e virem livremente, através da decretação do espúrio AI-5. Isso sem falar nos assassinatos que foram cometidos nos porões doDOPS, do DOI-CODI e do próprio Exército. E um dos maiores exemplos, que a extrema-direita que detinha o poder é que montava estratagemas bárbaros e os atribuia às esquerdas e aos revolucionários, foi a bomba no Rio Centro, cuja explodiu no colo de um soldado do Exércitor, que acabou morrendo dentro do um automóvel que o transportava. A bomba, que feriu com certa gravidade o sargento-motorista, seria explodida num shopping center do Rio Centro, por ocasião de um show que reuniu milhares de pessoas.

Pois, à época, contestadores, inseridos no contexto revolucionário, como Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil (todos exilados na Inglaterra e Itália), o roqueiro Raul Seixas e seu hino de contestação "Sociedade Alternativa", Geraldo Vandré (autor do "Hino Nacional Contra a Ditadura", ou seja, da canção-protesto: "Prá Não Dizer Que Não Falei de Flores" - Caminhando), o cineasta Glauber Rocha, o jornalista Wladimir Herzog (assassinado friamento nusm dos porões e que se tornou o símbolo da luta pela democracia, após ter sido preso e horas depois enforcado num dos porões do DOI-CODI, onde os covardes carrascos da Ditadura assassinavam brasileiros a sangue frio, como o canoense Celso Gilberto Oliveira, este um engajado revolucionário do MR-8), eram sumariamente perseguidos e presos, e depois exilados, quando não assassinados da forma mais bárbara possível. Os cantores-compositores não chagaram a participar da luta armada, como Dilma Roussef, Marighella, e outros mais, mas foram importantes dentro do contexto da luta contra a nefasta, perversa e praticante de barbáries que foi a Ditadura Militar, entre 31 de março de 1964 a 21 de abril de 1985.

Por outro, há os "maria vai com as outras" que, sem personalidade e sem opinião própria, hoje, aceitam tudo como verdade o que é veiculado nas televisões - a mídia é a porta-voz não oficial de um sistema despótico, impostor e segregador - ou até mesmo na internet, ou em e-mail anônimos, que é a forma mais covarde que há para desferir inverdades, agressões, difamações e imputações do mais baixo caráter.

Por falar e citar exemplos de revolucionários. é sempre importante lembrar que no dia 04 de abril de 1968 morria, assassinado, nos Estados Unidos, o pastor e revolucionário Martin Luther King Jr, então com 39 anos de idade, que dedicou 14 anos da sua vida pelo fim do racismo naquele país. Em 22 de novembro de 1963, numa sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy foi assassinado, diante de uma incalculável multidão, como revelam filmes-documentários, além de um filme que denuncia que o assassinato foi a mando dos fabricantes de armamentos bélicos, por Kennedy ensejar o fim da guerra injusta no Vietnã e mandar retirar as tropas americanas das frente de combate. Ele, Kennedy, queria o fim de uma guerra injusta, a qual só interessava aos donos do capitalismo selvagem e aos fabricantes de armamento bélicos.

É, em outros termos e visão, o que está acontecendo atualmente no Brasil. Os que integram a elite dominante e desejam o capitalismo selvagem, o subliminar processo de genocídio que campeia nos principais países do mundo, desesperados, tentam imputar todas inverdades na esperança de retomar o poder e assim mandar e desmandar como até 2002 vinha contecendo. Quem lutou contra a ditadura militar e em favor da democracia, tidos à època como heróis, de uma hora prá outra, conforme a mídia eletrônica, impressa e internética, tornaram-se assassinos, bandidos, marginais e que estão aí lutando para se apossarem do poder como pseudos ditadores de um sistema socialista. Até porque, tal já poderia ter tido início já a partir de 2003, quando o metalúrgico, analfabeto e grande líder sindical Luís Inácio Lula da Silva ascendeu a Presidência da República pela expressão da grande maioria dos eleitores brasileiros, numa eleição direta, através do voto popular.

O quão capazes são os extrema-direitistas e capitalistas em desfazer a imagem de que não querem no poder, de impor, descaradamente, conceituações infundadas, oportunistas e difamatórias e de tornarem-se tão criativos a ponto de imputar na população que a permanecer o poder nas mãos de quem está no poder, acontecerá a maior tragédia por que o Brasil já passou: a ditadura socialista. É o despotismo tentando, desesperadamente, voltar ao comando do que jamais admitiram perder: o poder.

O que está em jogo, na realidade, é, de um lado os defensores do capitalismo selvagem e o protecionismo das elites dominantes, enquanto que do outro a suspeição da implantação de um governo populista e autoirtário. Até porque não há espaço no seio da política e nem apoio bastante à implantação de uma ditadura socialista.

*** Contatos via e-mail: la-stampa@ig.com.br
.

Nenhum comentário: