Este artigo é acerca de Dan Brown, o "Código Da Vinci", o cristianismo (a
vida de Cristo) e a maior e mais bem sucedida falsidade imposta à “civilização”
ocidental.
Antes de mais nada tenho de declarar que não li “O código Da Vinci”, nem estou pensando em ler, por agora...
O conteúdo do livro tem sido tão amplamente comentado, tão amplamente revelado
que me desinteressa, de todo. Espero conseguir explicar porquê até ao final
deste artigo.
Em boa verdade, este livro corrobora o que eu considero ser a maior e mais bem sucedida
impostura da história da civilização ocidental: Jesus Cristo, a sua existência
e vida, a sua condição divina, e todas as outras “idéias feitas” e dogmas
(patranhas) cimentados ao longo de séculos de mistificações, impostas como
verdades incontestáveis, com recurso a todo o tipo de atrocidades, a medidas
repressivas, destruidoras da humanidade e da civilização.
A Igreja Católica ainda não ajustou contas com a história em relação a todos os
crimes hediondos e abomináveis que cometeu, em nome desta falsidade sem tamanho. A Igreja
Católica não tem como escapar a esse ajuste de contas!
A vantagem do “Código Da Vinci” foi reacender a discussão pública à volta da
verdade história destes fatos e suas diferentes versões.
Num comentário transmitido no canal 2 da RTP, foi referida a existência duma
grande variedade de evangelhos, nos primeiros tempos do cristianismo, de cujos
foram descobertos, recentemente, no Egipto, alguns exemplares. Terão sido
escondidos por monges que deles se serviam, quando a “classe dominante”, na
Igreja Católica, decidiu decretar como válidos apenas os 4 evangelhos que fazem
parte do Novo Testamento e banir todos os outros, mandando destruí-los. Porém, a existência destes outros evangelhos já tinha sido referida noutros
documentários sobre achados arqueológicos…
Como poderão verificar pelo teor deste artigo, recebi educação (e formação)
católica durante toda a minha infância e parte da adolescência. A vantagem é
conhecer bem o tema que, afinal, quer se queira quer não, se misturou com as
nossas referências sociais e históricas, condicionando-as.
Da descoberta dos textos, acima referida, pode-se concluir que, nos primeiros
tempos do cristianismo, existiam muitos “evangelhos”, certamente elaborados
como forma de registo e transmissão de conhecimentos e preceitos, por parte dos
que os professavam, cultivavam e divulgavam. A existência de todos esses
escritos evidencia que estas comunidades eram “centros” de cultura, de
divulgação cultural, duma cultura e princípios que calavam fundo no sentir das
gentes, justificando a enorme adesão que registavam. Até por isso, por se
tratar de gente culta, é inexplicável o desconhecimento de elementos concretos
da vida de Cristo… a não ser pelo fato dessa figura nunca ter existido,
tratando-se duma lenda.
Como todos saberão, os evangelhos eleitos para fazerem parte do Novo Testamento
terão sido “feitos” (ou adaptados?) cerca de dois séculos depois dos
“acontecimentos”… Logo, a sua fiabilidade é, no mínimo, discutível.
Nesses outros evangelhos, agora encontrados, são desmentidos, claramente,
alguns “preceitos” impostos à comunidade cristã (e a toda a sociedade ocidental
durante a longa ditadura, déspota, do papado) como autênticos; isto é: como
tendo sido definidos por Jesus. Um desses preceitos diz respeito ao afastamento
das mulheres em relação ao exercício do sacerdócio. Mais grave! Um desses evangelhos terá tido origem nos ensinamentos de Maria
Madalena, identificada neles como discípula muito próxima de Cristo, sua
preferida; e “identificada” por alguns conhecedores desses escritos (ou de outros
semelhantes) como sendo companheira e esposa do próprio Cristo, a confirmar
aquela máxima de que: “atrás dum grande homem está, sempre, uma grande mulher”.
Para “apagar” a sua influência (de Maria Madalena) e banir as mulheres dos
cargos decisórios, o caráter vil da “classe dominante” da Igreja católica
transformou-a em “prostituta”, dois séculos depois de, ao que parece, ter sido
uma preciosa auxiliar da obra de Cristo (qualquer que seja o significado, real,
que esta palavra possa ter…).
Aliás, se lermos, com atenção, os 4 evangelhos seleccionados para fazerem parte
do Novo Testamento, tem-se, frequentemente, a idéia de que se referem a pessoas
(mestres) diferentes, com características pessoais diferentes. Eu acho que é
isso mesmo: a lenda construída à volta da figura de Cristo resultou de várias
figuras diferentes, de mestres, líderes, dos cristãos. Assim, Maria Madalena pode muito bem ter sido companheira, colaboradora ou esposa de um
desses líderes. Mas isso não faz dela a progenitora de “sangue real”, mesmo que
tenha concebido desse líder, como pretende fazer crer o “Código Da Vinci”
atribuido-lhe a maternidade da descendência de Cristo, conotando com esse fato
o termo “Santo Graal”… e por aí fora.
Donde eu concluo que este livro assume como verdade fatos de autenticidade
histórica duvidosa. Porquê esta minha crítica?
Recentemente, alguém que me está próximo, sabendo do meu vício da leitura,
ofereceu-me um livro que versa sobre o papel das lendas e da mitologia e sua
interligação com a cultura helênica, na “construção” da história da fundação de
Roma, cidade que deu origem ao Império Romano, como todos sabem. Os relatos que servem de base a este tipo de estudos resultam de “histórias”
descritas pelos escritores e historiadores clássicos, recolhidas da tradição
oral ou de registos mais antigos. Pode-se observar que todos os “fatos”, com
veracidade histórica ou não, são contados na forma de lendas, incluindo
elementos fantásticos. Em alguns casos existe até uma grande promiscuidade entre
deuses e personagens históricas. Não raro é referido que estes eram “preceitos”
seguidos pelos escritorees e por muitos historiadores, em relação à descrição,
propagandística, dos “acontecimentos” do passado. Em Roma, as famílias
patrícias eram descendentes diretas de deuses…
Porém, na época em que se diz que Cristo terá existido, estava-se em plena
antiguidade clássica, romana, e havia registos históricos, desde há já vários
séculos, desde, pelo menos, a época dourada da civilização grega…
Se tivesse existido, realmente, um Cristo, de origem divina, com tantos feitos
extraordinários, como o que a Igreja impingiu e impôs à humanidade durante todo
este tempo, não para seguir e aplicar a sua doutrina mas como forma de
“legitimar”, pela fé e respectivos dogmas, os seus crimes, seria impossível não
existirem referências, por parte dos historiadores da época, a vários fatos
correlacionados. Essas referências não aparecem em lugar algum. Logo, o Cristo que foi imposto, durante séculos, à humanidade, à custa de
repressão e de atrocidades, o Cristo que “justificou” “a longa noite de dez
séculos”, vivida na Europa, a idade média, com toda a sua ignorância,
obscurantismo e perseguição da cultura, da ciência e da dignidade humana, sob o
domínio, déspota e criminoso, do papado, esse Cristo nunca existiu!
Tenho idéia de ter ouvido ou lido, há muito tempo, não sei quando nem onde, que
terá existido um historiador grego (?), dessa época, que refere a existência,
no Médio Oriente, duma organização que lutava contra a ocupação romana, com
características próximas das que são atribuídas a Cristo e seus discípulos,
nomeadamente a condição predominantemente celibatária dos seus elementos...
Porém, seria uma organização de guerrilheiros (hoje designados como “terroristas”), cujos membros terão sido todos condenados à morte e executados, pelos romanos…
Se alguém souber algo mais sobre este assunto…
Com ou sem essa referência histórica, a impostura é evidente, Já vou explicar
porquê!
Tentei explicar, acima que, nas circunstâncias históricas dos “acontecimentos”
e tendo em conta, também, o carácter de “centros culturais” das próprias
comunidades cristãs, não há como explicar a total ausência de referências dos
historiadores da época e o desconhecimento de elementos básicos da vida de
Cristo, a não ser por se tratar duma lenda, talvez baseada em fatos (a
crucificação dum elevado número de membros da tal organização) distorcidos de
modo a criar um herói, a introduzir o elemento religioso e divino, tão comum
naquela época, essencial a qualquer doutrina que se prezasse, a ponto de ser um
“preceito” a respeitar por qualquer escritor e por muitos historiadores, pelo
menos em relação ao passado… Era assim na tradição grega, adoptada pela
tradição romana… Mas existem também muitas semelhanças entre as lendas gregas,
as lendas romanas e as “histórias” da própria bíblia, a denunciar estas
coincidências de critérios…
Portanto, se essas comunidades queriam granjear a adesão de pessoas habituadas
às culturas romana e grega, esses elementos teriam de aparecer. Podem ter
aparecido como “argumentos” ilustrados usando os elementos culturais de então,
ao jeito do que fazem, atualmente, com a própria religião cristã, os ateus?
Curiosamente, o próprio Cristo explica, nos evangelhos “escolhidos”, como se
criam este tipo de lendas e se divinizam os seus protagonistas… É apenas mais
um exemplo a ilustrar que, desde há muitos séculos, a melhor forma de enganar é
usando a verdade. Assim ao estilo de: “com a verdade me enganas!”.
Seja como for, eu acho que essa cedência dos pregadores cristãos aos “padrões”
da época, como forma de se fazerem entender, forneceu os ingredientes que
permitiram transformar uma linda doutrina social e humana, que pregava a
igualdade e a fraternidade, num poderoso instrumento de opróbrio da sociedade,
tão magistralmente usado, pelos DONOS da Igreja Católica e sua doutrina,
durante séculos!
Há quem afirme e jure que o Vaticano esconde, ciosamente, todos os escritos que
dão uma visão realista dos fatos, porque eles negam as patranhas em que
assentou o seu poderio e os fundamentos da sua legitimidade e “ensinamentos”
que ainda hoje impõem aos ingênuos, aos incultos (que são cada vez menos). Terá a classe dominante da igreja católica banido e escondido todas as
referências históricas fidedignas, da época, assim como baniu os inúmeros
registos usados pelas próprias comunidades cristãs, os tais “evangelhos” agora
descobertos? Ou será que esses “elementos secretos” escondidos, ciosamente, pelo Vaticano,
são exemplares destes evangelhos que, em qualquer caso, por si sós, denunciam a
enorme fraude em que assentou o domínio da Igreja e o seu carácter criminoso?
Não há dúvidas de que existiu uma organização com um ou vários líderes
(Cristos) de carácter excepcional. A questão que eu colocaria, em primeiro
lugar, é se as características que fizeram o êxito dessa doutrina são mérito
de um único homem ou de um vasto conjunto de pessoas, da tal organização e seus
membros. Eu prefiro a segunda opção, porque é a única objectivamente credível.
O fato de haver (?) um historiador grego que, de tão longe, diz que os membros
da tal organização (admitindo que seja a mesma) foram todos assassinados pelos
romanos, pode resultar, apenas, da propaganda romana e não corresponde
exatamente à verdade. As características atribuídas a essa organização, à
distância, também não oferecem maior garantia de fiabilidade…
Homens (ou mulheres?) muito dignos e de excepcional valor, de enorme
clarividência, alguns visionários (que o senso comum classifica de adivinhos?)
até, sempre houve e sempre vai haver. É um fenômeno raro mas que, na imensidão
do número de seres humanos, tem ocorrência garantida. Porém, estes, sozinhos,
não conseguem “desempenhar o seu papel”. Eu diria que é porque não conseguem
uma sintonia de esforços, de um grupo com elevadas características, que o
permita. As sociedades humanas são mesmo assim. Faz parte da nossa condição de
seres gregários; é uma característica nossa, incontornável.
A ocorrência destes “seres de eleição” é tão normal e provável como a
ocorrência de loucos, facínoras, igualmente visionários, mas “senhores das
trevas e da desgraça”, como são exemplo Nero, Napoleão, Hitler, Bush e
respectivas trupes, para citar apenas alguns. Não há como explicar o êxito destes e a eficiência na neutralização dos “seres
de eleição”, a não ser devido ao fato de a humanidade ainda não ter conseguido
libertar-se desta grande impostura (construída à volta de Cristo) e da sua
influência funesta e pérfida…
Os facínoras sabem-no muito bem porque, sempre que se sentem ameaçados,
procuram eliminar, fisicamente, todos aqueles que lhes parecem ter
características de “seres de eleição”, com a máxima prioridade. É essa prática
criminosa, que se mantém até aos nossos dias e de cuja temos novos exemplos, todos os dias, que tem
garantido o seu êxito, até agora…
Portanto, resta-nos, como explicação lógica e credível para o fenômeno do
cristianismo e sua expansão, que a obra se tenha devido à grandeza e justeza
dos ensinamentos, mas também à eficácia, ao esforço, ao empenho e à
contribuição dos muitos homens e mulheres que dedicaram a sua vida, esforço e
saber a esta causa e que, em muitos casos, deram a vida por ela. Reparem que eu
não estou a atribuir os ensinamentos a uma só pessoa!
Todos esses seres humanos de carácter e dignidade excepcionais não mereciam a
traição dos bandidos que se apoderaram da direção da Igreja Católica e a
humanidade também não… nós também não!
Por tudo isto me interessa pouco o “Código Da Vinci”, que dá credibilidade a
uma versão inverosímil, nomeadamente quando pretende sugerir a existência de
“sangue real” para “provar” que Cristo deixou descendência. O fundamento desta
idéia até é incompatível com os ensinamentos da doutrina cristã, na sua pureza
original, aquela que fez o seu enorme êxito e lhe garantiu uma tão elevada
adesão. Não se esqueçam que esta era a doutrina da IGUALDADE… Têm razão os que
relacionam os ensinamentos cristãos com o socialismo…
Há cerca de 200 anos existiu um homem, Karl Marx, que lançou os
alicerces duma doutrina que começou por se denominar Social Democrata, depois
Socialista e finalmente Comunista: o marxismo. Hoje, passados duzentos anos, o
que resta, na prática social, destes ensinamentos? Os dirigentes S.D. assumem-se como capitalistas e comportam-se como sendo de
direita, os dirigentes Socialistas são uns bandidos, traidores que se
comportam, igualmente, como sendo de direita; o Comunismo é arrastado pela
lama… e a desesperança das pessoas permanece e agrava-se. Restam, portanto, os
ensinamentos de “O Capital” ensinado nas Universidades, para formar acólitos da
ditadura econômica e da espoliação dos povos. Até por analogia com este exemplo
se pode compreender o que se passou com a doutrina cristã… Tudo o mais é
arrasado e ridicularizado com o epíteto de UTOPIA. Mas, na verdade, utopia,
começa a ser a probabilidade de prolongamento deste descalabro de coisas, por
muito mais tempo…
O motivo que me levou a escrever este artigo é o fato de estarmos a viver,
novamente, a reedição duma grande impostura, de características catastróficas
semelhantes, a qual seja a conspiração de 11 de Setembro de 2001 e os seus
objectivos. Não admira que Bush (George W. Bush) se diga imbuído de missão divina e reivindique a defesa dos
valores ocidentais e da religião católica… Está apenas a reclamar o direito de
fazer o mesmo que fez a igreja católica, durante séculos.
A nós compete-nos lutar por condições que tornem impossíveis tais intentos,
nomeadamente contribuindo para criar uma opinião pública forte e esclarecida,
uma cultura de democracia que impeça a apropriação do domínio da sociedade e do
Mundo por facínoras e bandidos, como tem acontecido até agora.
É por isso que eu defendo a valoração da abstenção e a alteração das regras de
decisão da ONU, com a introdução da obrigatoriedade de serem fundamentadas em
resultados de referendos as posições assumidas por cada país quando se trate de
conflitos armados internacionais. Muitos estranharão o arrojo, mas não há como, nem por quê, calar estas
reflexões.
Aviso:
- Este blog está contra o encerramento das maternidades e apoia, incondicionalmente,
a luta das respectivas populações para impedir mais
esse crime do governo.
- Este blog luta contra este sistema eleitoral vigarista, pela valoração da
abstenção, como condição de elementar democracia, porque permite a
responsabilização dos políticos, que terão de passar a ter em conta o querer e
o sentir dos cidadãos; mas também porque permite poupar muito dinheiro, com a
exclusão dos 87 deputados que NÃO foram eleitos.
*** Este blog
pretende elevar, a um patamar superior, a liberdade, a democracia! Clamar por
honestidade e justiça. Exigir a Valoração da Abstenção.
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