Ministra Eliana Calmon, corregedora Nacional de Justiça, em bate-boca com o presidente do STF- Superior Tribunal de Justiça, referiu-se às resistências à fiscalização dos juízes como sendo direcionadas para a IMPUNIDADE de "bandisos escondidos atrás de togas". |
Siglas à parte, o que se deve destacar é que o CNJ
foi criado em 2005 para suprir uma certa inércia ou omissão das diversas corregedorias no tocante ao exame, julgamento e consequente punição de juízes
corruptos. O Conselho surgiu, assim, para pôr cobro a uma possível atitude
corporativa que estaria passando por cima dos “malfeitos” das autoridades
judiciais.
De sua criação até hoje, são cerca de 50 os
juízes objeto de investigação pelo CNJ, alguns deles já condenados. Se
são altamente discutíveis as “punições” – muitos são aposentados
compulsoriamente – e se a quantidade pode parecer pouco expressiva em face do
número total de magistrados brasileiros, a verdade é que o Conselho tem sido
ativo na verificação das denúncias, o que, seguramente, deve estar incomodando
a entidade de classe dos juízes. Por isso, o temor de quem preza a cidadania é
de que, se vier a prevalecer a tese de que não cabe ao CNJ esse tipo de
iniciativa, não apenas o órgão estará ameaçado de extinção (por desnecessário e
decorativo), mas também se estará recuperando, para os membros do judiciário,
uma certa blindagem que impeça o efetivo controle e a fiscalização que, em nome
dos interesses da sociedade, o CNJ vem exercendo.
Um caloroso bate-boca entre a ministra Eliana
Calmon, corregedora nacional de Justiça, e o presidente do STF César Peluzo deu
combustível à matéria. Enquanto a ministra referiu-se às resistências à
fiscalização como sendo direcionadas para a impunidade de “bandidos escondidos
atrás de togas” , Peluzo (também presidente do CNJ) exigiu retratação desses
termos e apresentou, em nome do Conselho, nota de repúdio ao que ele
considerou, pela generalização, palavras ofensivas à idoneidade e
dignidade de “todos os magistrados de todo o Poder Judiciário”. A retratação
não aconteceu e, pelo contrário, a Corregedora resolveu promover o levantamento
nominal dos corruptos, para mostrar que não falava levianamente, em abstrato.
Agora, alguns dos conselheiros do CNJ que assinaram a tal nota voltaram atrás,
alegando terem sido pressionados.
No que me diz respeito como cidadão, o que menos
importa, no caso, é um provável mal-estar na magistratura em geral, que,
aliás, deveria, estar, sim, agastada com os fraudadores que mancham a
instituição e ávida por expurgá-los do ambiente jurídico. Afinal, e
felizmente, eles não são a maioria e, no geral, juízes se notabilizam
pelo comportamento íntegro, alguns até pagando com a vida a sua inteireza de
princípios. Também não me sensibiliza o argumento que considera “excesso
verbal” o palavreado da ministra Eliana. Trata-se, nesse caso, de desqualificar
o mais importante a partir do detalhe. Conforme aponta a corregedora nacional,
há corruptos no Poder Judiciário, como em outros segmentos sociais,
e personagens como o famoso juiz “Lalau” acabam por surgir na ambiência
nacional, dentro dessa “cultura” que persegue o país, quem sabe, desde seus
primeiros dias.
Juízes, desembargadores, etc., são detentores de
privilégios salariais e de outras naturezas justamente para não se contaminarem
com a sedução da riqueza por caminhos tortos. Para mim, é sempre mais
repugnante a corrupção ou fraude dos privilegiados na sociedade do que a que
atinge os menos favorecidos. Nenhuma se justifica, mas a primeira é mais
execrável por razões óbvias e, no caso de juízes, mais ainda, pois são os que
recebem delegação social para promover a justiça e zelar pelo direito, pela
correção. Infelizmente, porém, embora deles se espere o melhor dos
comportamentos, juízes não são deuses, não são seres superiores só porque são
juízes, mesmo que alguns, pela arrogância que demonstram, pareçam
considerar-se acima dos demais. Alguns cometem deslizes sérios, têm
que ser punidos, e nada mais adequado que um Conselho idôneo que promova essa
punição. Com isso deve preocupar-se o Supremo – e o seu Presidente -, ao
julgar a ação da AMB.
Todo esse episódio me faz refletir, aliás, sobre o
próprio STF, sua composição e os princípios que o determinam. Como
cidadão comum, percebo que há algo a discutir aí. A condição de órgão
competente para exercer o controle da constitucionalidade coloca o STF em
posição de influir politicamente na prática da democracia entre nós. É assunto
que não dá para esgotar aqui, mas já era hora de passar a limpo as regras
de composição da chamada “suprema corte”. A começar pela vitaliciedade
dos seus membros, que não me parece nem um pouco saudável para o país. Para dar
um único exemplo – que não pretende entrar no mérito do valor ou do saber
jurídico do citado -, o Ministro Marco Aurélio Mello, quando chegar, em 2016,
aos 70 anos de idade e for obrigado a se aposentar, terá completado 26 anos no
STF. É claro que isso não é salutar, pois, independentemente da pessoa, esse é
um cargo que deveria exigir renovação para atender à necessária oxigenação do
pensamento. O STF precisa ser renovado, com a absorção de novas idéias,
compatíveis com a dinâmica social.
Na forma de compor o STF, seguimos, nas origens,
quanto à vitaliciedade, o “modelo” dos EUA, mas um estudo comparativo mostrará
que há outras possibilidades, quem sabe mais efetivas. Muitos países europeus adotam a investidura por tempo determinado (por
exemplo, 9 anos na França, Espanha e Portugal, 12 anos na Alemanha), mas sempre
vedada a recondução ao fim do mandato. Os processos de escolha são os
mais variados, alguns até excluindo o Poder Executivo do processo. O Japão
apresenta algo que o distingue e que talvez pudesse ser aplicado aqui: é que a
indicação dos ministros, embora feita pela esfera executiva, é submetida a
referendo popular nas eleições imediatamente seguintes e também a ratificações
em plebiscitos decenais. Um magistrado da suprema corte japonesa pode ser
destituído se a maioria dos votantes assim o determinar.
O assunto implica várias abordagens, é certo, mas,
em síntese, penso que uma boa fórmula democrática seria a que extinguisse a
vitaliciedade e desse condições aos cidadãos de, de algum modo, participar da
escolha dos seus juízes maiores.
*** Artigo de Rodolpho Motta Lima, publicado no site Direto da Redação, em 02/10/2011.
Do blogueiro: Urge que se moralize o Judiciário como um todo para que se possa ter um Brasil verdadeiramente passado a limpo de fato e de direito. Do contrário seremos sempre um "país do terceiro mundo ética e moralmente".
E o que é mais estranho, num momento em que o País, moral e eticamente está no fundo do poço, é o silêncio de toda a mídia, em especial a eletrônica que é a que tem mais penetração junto a todas as classes sociais brasileiras.
E o que é mais estranho, num momento em que o País, moral e eticamente está no fundo do poço, é o silêncio de toda a mídia, em especial a eletrônica que é a que tem mais penetração junto a todas as classes sociais brasileiras.
Senão vejamos o vídeo, publicado no site Blog do Noblat em 22/04/2009, às 19h e 30 min, sob o título:
MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - DIZ O QUE O POVO TEM VONTADE DE DIZER.
O ministro Gilmar Mendes é o mesmo que tempos atrás, por ocasião da Operação Santiagraha, logo após a Operação Chacal, promovida pela PF, concedeu dois "habeas corpus" em menos de 48 horas ao megabanqueiro Daniel Dantas, acusado de lavagem de dinheiro, entre outros enquadramentos. Foi o mesmo Gilmar Mendes quem concedeu "habeas corpus" ao médico-estuprador Roger Abdelmassih, condenado, primeiramente, a 278 anos de prisão, mesmo sabedor de que o dito médico-estuprador providenciava novo passaporte. E hoje o médico-estuprador, graças ao seu novo passaporte e o "habeas corpus" concedido pelo ministro Gilmar Mendes, encontra-se foragido na Líbia, onde curte a sua vida de rico.MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - DIZ O QUE O POVO TEM VONTADE DE DIZER.
DEPUTADA CIDINHA CAMPOS X SINDICÂNCIA CONTRA O PRESIDENTE DO TJRJ
E assim se faz JUSTIÇA nesse nosso espoliado, espezinhado e explorado "patriopi" chamado Brasil.
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