terça-feira, 6 de março de 2007

Sob uma cortina de fumaça

A bem da sacrossanta verdade, essa é uma matéria que freqüento com dificuldade. Mas ao mesmo tempo, tudo me parece de uma simplicidade caseira, enquanto os grandes jogadores do mercado de capitais, os políticos e as elites dominantemente esclarecidas, com suas criatividades invejáveis, e seu jogo de engodos lépidos e surpreendentes, volta e meia criam formas e fórmulas acobertadas por siglas, para uma locupletagem desvairada. Com dificuldades, posto que jamais me sentei num banco de universidade de economia.

Mas tudo tem a ver com a nossa espoliada Canoas. "Download" do espoliado território que se estendo, continentalmente, do Iapoque ao Chuí. Pelos dados, as informações e estatísticas divulgadas (acredita-se até prova em contrário), Canoas é o município do Rio Grande do Sul que mais arrecada. Só perde para a capital Porto Alegre. Há bom tempo se ressentede investimentos nas áreas sociais, pois, que não se vê e nem se sabe de aplicações em serviços ou obras que justifiquem o consumo de tanta grana. A cidade está literalmente jogada às traças, às moscas, aos malandros e aos mal educados. Calçadas, praças, patromônio histórico, escolas, postos de saúde, o "Gracinha", tudo se deteriorando ante a indolência das autoridades municipais.

Por outro, surprendo-me ao ler no semanário O Timoneiro, que a Câmara de Vereadores aprovou o empenho do ICMS. Assim como aprovou um empréstimo em banco internacional de US$ 32 milhões. Penso cá com meus já conturbados botões: onde conseguem gastar tanto dinheiro? E se realmente Canoas é o município que mais arrecada no Estado, e está empenhando receita e fazendo empréstimos prá se manter viva, como deverão estar os outros municípios mais pobres? E os recém criados?

Desculpem-me a ignorância, apenas somos cidadãos honrados e jornalistas (não confundir com "profissionais da comunicação", pois esta trata-se de outra subjugada categoria) intocáveis. E, assim, estamos em busca da realidade. Uma realidade lógica e consubstanciada, obviamente.

Estamos, é como se pode constatar, sob uma verdadeira cortina de fumaça. Cego, pela obviedade lógica, não sou. Mas às vezes chego a pensar que estou tendo problemas de ordem oftalmológicas.

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