quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Hoje foi um dia de belas e agradáveis emoções




Pois, há dias que nos surpreendem pelas muitas coisas boas que acontecem. Primeiro um telefonema de uma destacada e influente socialitè elogiando o rebu (de rebuscado) sobre a trajetória do pioneiro do colunismo social em Canoas: Léo Medina Martins, publicado na edição de setembro da Gazeta de La Stampa. Um justo resgate a quem muito fez pelo colunismo, jornalismo, sociedade, nos setores político e empresarial e, como disse Normélio Ravanello, um construtor de pessoas, assentado no fato dele ter ajudado a muitos jovens canoenses com empregos, porém sob a condição que teriam que estudar. E assim muitos se projetaram profissionalmente.

Depois o contato com os amigos João Gilberto Graebin e Protásio Bernardes, a quem fiquei de fazer uma visita e matar saudades dos feitos de quatro décadas passadas. Um dos assuntos tratados foi a colaboração no sentido de incrementar com fotos e informações o livro que estou escrevendo A Minha, Nossa Rua, outro rebu inadiável sobre a Rua Frederico Guilherme Ludwig, especificamente no período de 1956 a 1970, quando lá vivemos o auge da liberdade, da criatividade e dos muitos jogos e bricandeiras da infância-adolescência. Um mergulho pelo túnel do tempo, e de um tempo que, lamentavelmente, não há como trazê-lo de volta. Um tempo de puro romantismo, de fortes e duradouras amizades e de laços que nos levam ao melhor das emoções. Mas que vale revivê-lo através de fotos e das muitas histórias.

Por final, um reencontro, via telefone, com a minha querida e inesquecível Neusa Barnardes, que depois acrescentou Feistauer ao seu nome. Lembranças e relembranças e, melhor, de que tudo está bem. Na conversa com a graciosa e simpática Neusa, descubro que depois da biologia que, como disse, não serviu muito por falta de praticá-la devido as viagens e locomoções, voltou-se inteiramente às artes plásticas. Autoditada começou pintando com óleo sobre tela, passou para o abstracionismo e o estilo hiperrealista e hoje dedica-se mais a pintura em acrícilo: natureza morta, porém com um estilo muito pessoal e que, a cada obra, mais valoriza o seu trabalho. E olha que são poucos os artistas contemporâneos que detém um currículum tão importante e obras que revelam uma sensibilidade artística incomum. Assim, também, as paisagens e as marinas de Parati, cuja leveza e um certo toque de abstracionismo valorizam ainda mais o seu criativo trabalho.

Merece, assim, uma prestigiada exposição em sua terra natal.

Em homenagem à querida amiga, depois de decano tempo, não resisti em postar uma foto muito especial e que faz parte das que mais zelo e procuro cuidar dentre as cerca de 26 a 27 mil fotos que tenho em meu particular acervo fotográfico. Registra o primeiro baile de Carnaval, dela quanto meu, curtido na primeira sede, provisória, da Sociedade Canoense de Caça, Pesca e Tiro, em 1965, onde por longo tempo funcionou o Cinema Central, sob o comando do "velho" e simpático Mattos.

Foram, enfim, contatos que me levaram a reviver, memoravelmente, o que de mais bonito e aprazível uma juventude pode curtir. Sem querer subestimar outros tempos, os anos dourados e diamantinos foram, além dos mais glamourosos e atrativos, um tempo em que as pessoas e, em particular, a geração dos dourados e diamantinos anos, tiveram o privilégio de viver uma das fases mais cheias de encantos, liberdade, criatividade e alegria que se tem conhecimento, até mesmo pelos milhares de relatos em livros, crônicas e artigos registrados por grandes escritores, jornalistas e memorialistas.

Ah! Que infinita pena que aqueles anos não voltam mais!
Como os versos poetisados: "Ai que saudades eu tenho / da aurora da minha vida / da minha infância querida / que os anos não trazem mais".
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