domingo, 25 de março de 2007

A emoção de uma noite de autógrafos

Sempre ouvia elogiados escritores, autores de "best sellers" falarem que a noite de autógrafo é sempre um momento de grande expectativa, nervosismo e muita emoção. Achava aquilo uma demagogia, uma forma de tornar o momento ainda mais importante, curioso e atrativo como pontual de marketing.

Mas o tempo foi passando, até que em 1996, incentivado pelo jornalista, professor e crítico literário Eduardo Jablonski, que fez a seleção dos textos, publiquei o meu primeiro livro, "Desatando o Nó da Gravata". Sem ruído, sem badalação, no melhor estilo à mineira. Apenas uma notinha no meu próprio jornal. Lhufas de vendas ou de gente procurando pelo livro. As pessoas não procuraram. Passei a curtir uma espécie de frustração, apesar da emoção, quase de um pai quando nasce um filho.


De repente o amigo, "coiffeur" e hoje também cronista social Sony Souza e sua esposa Negrinha, me ligaram oferecendo o seu salão Sony Cabeleireiros, então na rua Pedro Weingartner, espaçoso e requintado, para a noite de autógrafos. Me senti mais tímido do que sempre. Aceitei, ainda mais que eles se encarregavam da organização, dos comes e bebes e de efetivar os convites. Comecei a ficar meio bobo, como uma crainça quando ganha um brinquedo. Parecia não acreditar que dali a pouco estaria lá sentado, de caneta em punho e dando autógrafos sei lá a quantas pessoas. Não fazia idéia do número e nem quem eram os convidados. Tudo ficou a cargo do casal Sony e Negrinha, que promoveram um encontro misto de festa e cultura. Era o primeiro evento do gênero em Canoas.


Lá chegando me misturei aos cerca de 70 convidados. O espaço, apesar de amplo para um salão de beleza, não suportava mais do que tal número de pessoas. Os livros dispostos sobre uma mesa para serem autografados. Imaginei se autografasse uns dez me sentiria prestigiado, realizado.


A filha do Sony cuidada da venda dos livros (R$ 27,00 o exemplar). Assim que me postei formou-se uma fila. Não fosse uns bons goles de whisky, que deu equilíbrio à minhas mãos trêmulas, talvez não conseguisse sequer assinar, quanto mais me inspirar para as óbvias e imprescindíveis dedicatórias.


Autografei naquela primeira noite 58 livros. Uma quase realização. E lá estavam personalidades de destaque da sociedade, da literatura e da política, como o advogado e ex-prefeito Luis Jerônymo Busato, o escritor Walter Galvani, os empresários Denério Rosales Neumann, Osório Victor Biazus, Gercino Ferreira dos Santos, e as socialitès, Zilma Minella Biazus e Maria Iza Dall´Agnol, entre mais e mais nomes. E não apenas autografei, como algumas pessoas fizeram questão de posar para os "flashes" tanto quando eu autografava, quanto depois em descontraídos bate-papos, enquanto não faltavam os incentivadores elogios ao meu primeiro trabalho.


Foi por demais importante aquela noite de autógrafos organizada pelo "coiffeur" e hoje também cronista social Sony e Negrinha Souza.


Em decorrência, dias depois estava eu novamente eutografando o livro "Desatando o Nó da Gravata" na Paiong Boutique, no Conunto Comercial Canoas. Para umas 18 mulheres da sociedade de Canoas e algumas de Porto Alegre, como a filha do médico que fez a primeira cirurgia de osteomielite na minha perna esquerda, dr. Rui Fortini, ainda no hospital de Garibaldi, minha "capital da champegne" natal, Vera Lia Fortini Cavalheiro, e a ex-primeira-dama de Canoas, Rose Mari Broch Guindani e Edy Maria Soares Majewski, ambas, juntamente com outras mulheres, entraram na fila dos autógrafos. Total 15 livros autografados entre 18 presenças. Evento, como disse que reuniu o who ´s who do mulherio da sociedade canoense nos meados da década de noventa, e assim não podia deixar de ser regado a champagne de boa safra.


É muito gratificante, ainda mais quando de 4.240 exemplares publicados em quatro livro, se alcançou 94,2% em vendagem.


Esse é o prêmio que sempre se espera quando se publica um livro. Acredito, por isso, e até hoje, que eu seja o autor mais premiado da cidade.