terça-feira, 13 de abril de 2010

Contra a impostora democracia autoritária VOTO NULO

É insistente, batido e rebatido que o Brasil vive uma democracia. Ora, pois! Nem mesmo a mesocracia vigora neste país-continente que, se me permitem, entendo como um país onde há um predomínio pedantocrático. Ou seja, o poder que emana dos "medíocres vaidosos" que, demagogicamente são classificados como maioria, enquanto que a verdadeira maioria, que é o povo, é classificada como "minorias".

Um regime democrático é sabido que é um princípio da soberania popular e, em essência, é um regime de governo que respeita a liberdade do ato eleitoral, é pela divisão dos poderes e pelo controle da autoridade. Mas, num estudo mais minucioso, o Brasil vive realmente uma democracia autoritária, que se firma na autonomia do poder executivo em relação aos demais poderes. Assim, é preciso - e isso urge aconteça - uma democratização no Brasil, para que tenhamos, de fato e de direito, uma democracia, onde os direitos do povo são efetiva e constitucionalmente respeitados e cumpridos, da mesma forma fiscalizados e cobrados os seus deveres. Porém, o que acontece, na prática, é exatamente o inverso: só se cobra os deveres e cada vez maiores em número e obrigações, enquanto que os direitos lhe são tolidos, tirados de forma gradual e impostora.

Democracia, poder que emana do povo e para o povo. Mas o desrespeito, não apenas à doutrina política, mas à soberania do povo se esvai gradualmente em comportamentos do tipo "Ação Popular", impetrada recentemente, com o propósito de tornar os políticos tidos como "ficha suja", ou seja, que tem processos já transitado em julgado em segunda instância, sejam inelegíveis, porém a Câmara Federal está, casuisticamente, postergando a sua apreciação e votação, o que, sem a menor sombra de dúvida, causará um dano irrecuperável ao País, segundo os princípios democráticos. Daí entendermos, que vivemos e vivenciamos um sistema pedantocrástico, este emanado das "mediocridades vaidosas", formadas pela classe política e pela elite dominante, que se apossaram do poder e, dessa forma, impõem o que bem lhes aprouver, pouco ou nada se importando com os direitos constitucionais conquistados pelo povo e pelos eleitores.

Finalizando, lamentavelmente, a Constituição Federal do Brasil ou a "Carta Magna", aprovada em 5 de outubro de 1988, só tem real e prático efeito numa biblioteca ou como enfeite de status numa estande.
.

Apenas rotulações: O Brasil de 2011 será o do capitalismo-social ou do social-capitalismo ?

.
Há divagações, especulações, manipulações, mentiras e invencionices, até mesmo da própria mídia - a discriminantemente rotulada "grande mídia", mais servil do que informativa e formativa - sobre o sistema político que vigirá a partir de 1º de janeiro de 2011. Os da esquerda asseguram que o Brasil, caso o candidato do PSDB vença, será presa de uma ditadura do "capitalismo selvagem", manobrado pelos políticos de centro-direita ou extrema-direita e pelas elites dominantes, enquanto que os direitistas rebatem dizendo que, em caso de vitória da candidata do PT, o Brasil passará a ser comandando por uma ditadura socialista, nos moldes da Venezuela, Cuba, etc.

Em bom raciocínio lógico, entendemos que não há espaço para o implantação de um sistema socialista, pelo menos nos moldes dos países co-irmãos latino-americanos, e nem mesmo interesse objetivo dos esquerdistas. Por outro, e esse mais provável, saindo vitorioso o candidato direitista, é muito mais provável que vigore, com mais força e imposições, uma pseuda ditadura do "capitalismo selvagem", que vivemos e vivenciamos hoje, ainda que o atual governo seja do odiado PT.

Na realidade prática, teremos um Brasil vivendo sob um regime "social-capitalista" se a eleita for Dilma Roussef e um, "capitalismo selvagem", como acontece atualmente, em caso de vitória de José Serra, e serão os membros da elite dominante, orientados e fundamentados por organismos internacionais, como hoje o é, quem ditará o que deve e pode ser feito, e de que forma. Não fugiremos desse quadro, apenas mudará a rotulação que darão dependendo de quem for o vitorioso no pleito de 3 de outubro próximo. Uma questão de "invólucro" ou "rotulação", nada mais, pois as classes que sempre foram privilegiadas continuarão a merecer as benesses do poder, enquanto que a base da pirâmide social - essa na realidade a maioria e não minorias como políticos, cientistas políticos, experts e a mídia costuma classificar - continuará fazendo o papel de lazarianos. Ou seja, colhendo as migalhas de sob a mesa dos faustos acontecimentos, das faraônicas decisões onde serão debruçados, como sempre, os banquetes que contam com pratos recheados de privilégios e benesses, sociais e jurídicas, aos detentores do capital, dos poderosos politicamente e dos intocáveis juridicamente.

A ditadura continua vigindo plenamente, apenas se despiu da farda verde-oliva, retirou os canhões das ruas e acabou com os escuros e impenetráveis porões. De resto continua em marcha o escravagismo e a ditadura, através das decisões emanadas de cima prá baixo, sem que se importem com os 180 milhões de brasileiros. A esses o velho truque do "panes et circenses" ... e muita gandaia massificadora e alienante.

Esse será o Brasil a partir de 2011, como diz o título deste artigo. Concluindo, não mudará absolutamente nada e se mudar será para tornar o quadro do povo brasileiro ainda mais negro e trágico, constitucional, legal e socialmente.

Quem viver, verá !!!
.