domingo, 3 de junho de 2007

YOLANDA PEREIRA, A PRIMEIRA BRASILEIRA MISS UNIVERSO




Yolanda Pereira, a primeira mulher a conquistar o título de Miss Brasil, em 1930, e a primeira brasileira a vencer o concurso de Miss Universo, era gaúcha, natural de Pelotas.



Quando Yolanda Pereira foi eleita, o Miss Brasil ainda não tinha o mesmo glamour que passou a ter a partir de 1954, quando Martha Rocha foi eleita Miss Brasil. Mas a gaúcha de Pelotas logo encheria o País de orgulho ao ser eleita Miss Universo.

O primeiro concurso de Miss Brasil, conforme o jornalista Roberto Macêdo, na notícia publicada em seu site "http://macedobahia.sites.com.br", sob o título "Morre a 1ª Miss Brasil", foi promovido pelo jornal "A Noite" (a Zero Hora, em sua edição de 04/09/2001, na notícia da morte de Yolanda, sob o título"Morre a primeira brasileira a conquistar o Miss Universo", informa que o promotor do certame Miss Pelotas teria sido o jornal carioca "Noite Ilustrada"), no dia 4 de julho de 1930. As candidatas desfilaram pelas ruas da cidade, e a escolha se deu pelo voto do povo, através de cupões que eram publicados no jornal. Na ocasião a população saudou as jovens concorrentes pondo flores e bandeiras nas janelas das casas, mas a exibição de maiô não era aprovada no início da década de 30. Serviam apenas para a tomada das medidas.

Yolanda Pereira, que depois de se casar com o capitão e piloto da FAB, Homero Souto de Oliveira, com que teve quatro filho: Homero (piloto da FAB), Vânia, Jane e Sérgio (pianista), adotou o sobrenome do marido, morreu no dia 04 de setembro de 2001, aos 91 anos, em casa, no Leblon, Rio de Janeiro, vítima de complicações de uma infecção respiratória, deixando tres filhos, oito netos e sete bisnetos. O enterro foi no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Rio de Janeiro.

Em meados de 1992, o jornalista baiano, Roberto Macêdo fez a última entrevista com a primeira brasileira a conquistar o Miss Universo para a TV Aratu, então afiliada da Rede Manchete, juntamente com o cinegrafista Levi Calmon e o auxiliar e seu irmão, Lenilton Calmon. A entrevista foi conseguida através de Beth Souto, casada com Sérgio Souto, filho de Yolanda Pereira Souto, então com 82 anos de idade (ela nasceu em 16 de outubro de 1910). Roberto Macêdo destaca que Yolanda não era uma mulher muito alta, mas mantinha o porte de rainha. E, ressalta ainda, que o que mais lhe marcou foi o brilho do olhar de Yolanda, e declarou: "Acredito que nunca tenha visto olhos tão belos. No final compreendi o por quê!". A Miss, à época, apresentava ares de fragilizada, pois fazia poucos meses que o marido havia marido.

Roberto revela também que Yolanda lhe dissera que não queria concorrer, mas acabou entrando na disputa por insistência dos amigos, já que era uma das mais votadas da cidade, Pelotas, e não podia voltar atrás. "Ficaria muito feio", justificou ela. Yolanda acreditava tanto que o concurso estadual seria somente um passeio a Porto Alegre, relata Roberto, que marcou o retorno junto com a Miss agé, de quem tinha se tornado uma grande amiga. Mas Yolanda venceu em Porto Alegre, tornando-se a primeira Miss Rio Grande do Sul e depois no Rio de Janeiro arrebatando o cetro de primeira Miss Brasil, e finalmente coroada como a primeira brasileira Miss Universo.

O Brasil estava nos primeiros anos da "Era Vargas", e o presidente, também gaúcho de São Borja, fez de Yolanda Pereira a sua musa para os eventos sociais.

Na ocasião da entrevista, Yolanda Pereira mantinha nas mãos um exemplar do livro "Olga", de Fernando Morais, e mostrou ser uma boa pianista ao executar uma, a pedido do jornalista, e assim executou o tango "La Cumparsita". Yolanda era culta e também lia em algumas línguas estrangeiras.
Já a santamariense Eva Palma da Silva, então viúva do tradicionalista, poeta, cronista, historiador e jornalista João Palma da Silva (patrono da Biblioteca Municipal de Canoas), informou em depoimento que a Miss Universo, gaúhca de Pelotas, Yolanda Pereira, depois de casada com o dr. Fernando Pereira (o que contradiz à informação do jornalista Macêdo), então diretor da Viação Férrea, teria morado por alguns anos em Canoas, conforme registros no livro “Canoas – Para Lembrar Quem Somos – Centro”, 2ª ed. Ver., às págs. 37 e 38.

O título conquistado por Yolanda Pereira, ainda que não seja reconhecido pela atual organização do Miss Universo, o que é um tanto incompreensível já que era concedido à vencedora o título de "Miss Universo", aconteceu no Concurso Internacional de Beleza, chamado "International Pageant of Pulchritude", que traduzido para o português era "Desfile Internacional de Beleza" e concedia à eleita o título de "Miss Universo".

Participaram do Concurso Internacional de Beleza, realizado no dia 08 de setembro de 1930, numa sala do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, 16 candidatas com a representante brasileira, como confirma um dos vídeos. Lá estiveram concorrendo as misses: Inglaterra, Turquia, Itália, Alemanha, Estados Unidos da América, Holanda, Líbano, França, Romênia, Grécia, Russia, Portugal, Cuba, Uruguai, Hungria e a Miss Brasil, Yolanda Pereira, que arrebatou o cetro de "Miss Universo".

Radiograma enviado, via Telesul - Companhia Telephonica Rio Grandense, pelo então Presidente do Brasil, Getúlio Dornelles Vargas à Yolanda Pereira, no dia 08/09/1930: "Penhorado gentileza notícia tão grata Rio Grande do Sul haver sua distinta representante alcançado título Miss Universo tenho prazer enviar-lhe effusivas felicitações pela merecida distinção. Getúlio Vargas". (Vide radiograma abaixo)



No dia 21 de maio de 2012 Yolanda Pereira (então sra. brigadeiro Homero Souto Oliveira) foi homenageada em Pelotas-RS, sua cidade natal, que comemorava  Bicentenário de fundação, com a "Exposição Eternamente Yolanda".


Convite para a "Exposição Eternamente Yolanda", realizada de 21 a 31 de maio de 2012, no Salão Nobre da Biblioteca Pública Pelotente, em Pelotas, cidade natal da Miss Universo 1930, Yolanda Pereira.





O compositor Zequinha de Abreu compôs a valsa "Glorificação da Beleza" em homenagem à primeira brasileira eleita Miss Universo, em 1930, Yolanda Pereira.

Aqui executada por um jovem pianista.




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