sábado, 27 de setembro de 2008

Cigarro: Astros de Hollywood recebiam fortunas



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Clark Gable, Cary Grant, Gary Cooper, Spencer Tracy, Joan Crawford, Lauren Bacall, John Wayne, Bette Davis e Betty Grable, ou seja, um time de primeira grandeza que, por serem modelo, exercia influência no públicos, receberam dinheiro para promover o cigarro, de acordo com pesquisadores da Universidade de Nova York.

Para ilustrar o que se pretende com as matérias publicadas na Gazeta de La Stampa - repetimos, não estamos fazendo apologia ao fumo e nem dizendo que fumar é saudável, mas desmascarando a hipocrisia de governantes e políticos que querem penalizar os fumantes em lugar, antes, de fiscalizar e penalizar as empresas que fabricam produtos contendo fumo, como cigarro, cigarrilhas, charutos e fumos para cachimbo - fomos buscar fundamentação no que defendemos. Ou seja, que muitas pessoas ainda hoje fumam e outras não conseguem deixar o hábito (hoje tratado como vício) de fumar, influenciados pela propaganda, inclusive de efeito subliminar, como se via nos filmes amercianos e nas novelas da televisão (estas já no Brasil, em especial da Rede Globo) e pela indução de que fumar fazia parte da imagem de homem, proporcionava status social e por aí afora.

As fabricantes de cigarro pagavam altas somas para que astros e estrelas dos Anos de Ouro de Hollywood promovessem seus produtos. Documentos liberados pela indústria depois de processos judiciais de grupos de combate ao tabagismo revelam a extensão da relação entre estas empresas e os estúdios de produção cinematográfica. Uma empresa pagou mais de US$ 3 milhões (em valores de hoje) em um ano para as estrelas.

Em artigo na revista Tobacco Control, pesquisadores disseram que filmes "clássicos" das décadas de 30, 40 e 50 ajudam a promover o fumo ainda hoje.

Praticamente todos os grandes nomes da época estavam envolvidos no merchandising de cigarros, de acordo com os pesquisadores da Universidade de Nova York. Eles tiveram acesso a contratos de merchandising, assinados na época, para ajudá-los no cálculo do montante de dinheiro envolvido.

"O CIGARRO DOS ATORES"

Há acordos que datam do começo da era do cinema falado. O astro de O Cantor de Jazz (Jazz Singer), Al Jolson, assinou testemunhos dizendo que Lucky Strike era "o cigarro dos atores".

Um dos documentos-chave descobertos pelos pesquisadores foi uma lista de paga-mentos por um único ano no final da década de 30, detalhando o quanto as estrelas eram pagas pela American Tobacco, fabricante da marca Lucky Strike.

Carole Lombard, Barbara Stanwyck e Myrna Loy receberam US$ 10 mil (equivalente a quase US$ 150 mil hoje), para promover a marca. O mesmo ocorreu com Clark Gable, Gary Cooper e Robert Taylor. No total, foram pagos aos atores o equivalente, hoje, a US$ 3,2 milhões.

Em alguns casos, os fabricantes de cigarro pagaram os estúdios para criar programas de rádio que incluíam a promoção feita por suas estrelas. A American Tobacco pagou à Warner Brothers o equivalente a US$ 13,7 milhões por Your Hollywood Parade, em 1937, e patrocinou The Jack Benny Show de meados da década de 40 a meados da década de 50.

Entre os depoimentos cuidadosamente preparados incluídos em The Jack Benny Show está o da atriz Lauren Bacall.

EFEITOS DURADOUROS

Os pesquisadores, liderados por Stanton Glantz, disseram que os efeitos dos milhões investidos pela indústria do tabaco em Hollywood ainda podem ser sentidos hoje, apesar de uma recente proibição imposta pela própria indústria do cinema à promoção do tabagismo em filmes.

Eles disseram que as imagens ligadas ao ato de fumar incluídas nos filmes podem influenciar os jovens fazendo-os adotar o hábito. "Como na década de 30, nada impede hoje que a indústria global do tabaco influencie a indústria do cinema de várias formas."

Filmes "clássicos" com cenas de fumo, tais como Casablanca e Estranha Passageira (Now, Voyager), e imagens glamurosas de publicidade ajudaram a perpetuar a tolerância pública do tabagismo na tela, disseram os pesquisadores.

A ONG britânica contra o tabagismo, ASH, disse que imagens ligadas ao hábito de fumar não podem ser excluídas totalmente, mas podem haver alertas mais claros antes da exibição dos filmes.

Fonte: BBCBrasil.com

BRASIL: HÁBITO E PROPAGANDA

Aqui no Brasil, ainda nos anos 90 e já na casa dos 2000, novelas e outros programas veiculavam propaganda de cigarros. Tal se comprova nos vídeos postados no site http://www2.gol.com/ , como: "O cigarro vai para guerra", mostrando as mulheres dos soldados encaixotando cigarros para serem enviados aos maridos no campo de guerra no Oriente Médio. Outros vídeos: "Hollywood, o sucesso" (1989), " ... mas com alguma coisa em comum: Free" (anos 90), "Dá-lhe DALLAS" (anos 90), "Venha para o mundo de Malboro!", "La-la-la-LARK, o prazer perto de você", com a atriz Malu Mader, da Rede Globo (anos 90). E vê-se mais os jingles das marcas: Continental, Malboro, Carlton, Bridge, LS, Minister, Lord, Ella e (incrível) a marca Veado. Além desses o jingle do Derby, alusivo aos 500 anos de descobrimento do Brasil, cuja parte da narração diz: "500 anos fumando a mistura ideal. Derby, o sabor que conquistou o Brasil e os 500 anos da nossa Terra".