quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Canoas Country Club em Bancarota

Na edição de julho de 2007 da Gazeta de La Stampa contamos o que está acontecendo com o Canoas Country Club, depois de 22 anos de fundação. A área de 21,5 hectares, parque aquático, canchas de tênis, galpão crioulo (que vem servindo de sede social), diversas churrasqueiras sob frondosas árvores, um grande lago em frente à sede, campo de futebol, etc. Houveram diversas penhoras pela Justiça do Trabalho e outras em razão das altas dívidas com o não pagamento dos tributos obrigatórios, e que atingem a soma de cerca de R$ 600 mil. Inicialmente havia acordado ou negociada, segundo fontes extra-oficiais, a venda de uma fatia (beco com acesso privado) a um empresário para cumprir alguns compromissos trabalhistas. Não foi o suficente.

A partir daí, responsabilidade que deve ser tributada também aos Conselhos Deliberativos e Fiscal, nada foi feito. O problema se agravou. Para fazer frente a gama de compromissos legais e sociais restou a atual diretoria, presidida por Altair Stello, como se única alternativa, colocar o clube à venda. Um edital nesse sentido já foi publicado num jornal de Canoas. Uma das principais razões que levou o Canoas Country Club à quebradeira, foi um rombo promovido pelo ex-presidente Guilbert Abdala Lima, que esteve à testa do "clube verde-e-prata" no período de 1994 a 1998, na ordem de US$ 100 mil (cem mil de dólares), e até hoje não cobrados. Algo muitíssimo estranho aconteceu depois de um jantar no Canoas Tênis Clube, quando o ex-presidente referido esteve por longo tempo à mesa do presidente que o sucedera, pois que tudo estava preparado para que o "clube verde-e-prata" ingressasse na Justiça com duas ações: uma criminal e outra cível. Estranho, posto que se constatou que apenas tramita, há anos, um processo no Foro da Comarca de Canoas, sob o Nº 00800472654, visando tão somente a prestação de contas que, nos quatro anos de gestão, jamais foi feita e sequer cobrada pelos Conselhos Delibeliberativo e Fiscal. Um silêncio acumpliciador. No ano seguinte, ainda sob a presidência do presidente sucessor ao que teria provocado um "rombo" nas contas do Clube, eis que o presidente suspeito do "rombo" foi homenageado pela própria diretoria do Canoas Country Club. É ou não de se estranhar?

Reforçando: Como se tal não fosse suficiente, logo após a diretoria subseqüente ter impetrado o processo, prestou homenagem ao ex-presidente promotor do "rombo". E tal está comprovado na coluna social do semanário O Timoneiro, veiculada à época. E tudo continua sendo muito estranho, se não funesto, a festa "Notte Italiana", que era realizada como sendo "Notte Italiana del Canoas Country Club" tornará a homenagear o ex-presidente como ex-integrante da Comissão Organizadora da tradicional festa italiana, que é de origem árabe (portanto, nada em absoluto, a haver com a festa), que causou o "rombo", nunca devida e legalmente, apurado. Isso, nos parece bastante claro, é dose prá mamute, se não fosse preocupante ou quiçá atitude orquestrada. Mas tais fatos ficarão, por certo, nos anais da história social de Canoas, e revelará como se funda e se leva a falência um clube social com uma área de 21,5 hectares e que chegou a ter cerca de 1.460 associados que compraram e pagaram o seu título de sócio contribuinte ou sócio remido.

Antes disso, o mesmo presidente que promoveu o "rombo" de cerca de US$ 100 mil, efetivou a venda de uma sala comercial que o clube havia adquirido no edifício N° 66, da rua Gonçalves Dias e cujo resultado da venda não se teve conhecimento do seu paradouro ou destino. Outro fato que vem causando estranheza é que, com a publicação do edital à venda do clube, e são as informações extra-oficiais de gente bem informada, houveram apenas dois proponentes à aquisição da nobre e valiosa área de 21,5 hectares. Um empresário de Canoas e um suposto interessado de Porto Alegre, este sem que ninguém saiba dizer seu nome. Extra-oficialmente, porém, sabe-se que a área foi arrematada por quatro empresários canoenses que teriam usado um "espécie de laranja" para arrematar o leilão. O tempo, com a melhor certeza, revelará a verdade. A diretoria do Clube pedira pela venda R$ 1.800.00,00 e a proposta do empresário de Canoas, seguem as informações, teria sido de 1.450.000,00. Não há referências quanto a proposta do propalado interessado de Porto Alegre. Mas sabe-se que, por fim, os 21,5 hectares do "clube verde-e-prata" fora arrematado pelo valor de R$ 1.400.000,00. Os compromissos que o Clube tinha com questões fiscais e trabalhistas (sendo um caso de indenização trabalhista bastante suspeito pelo valor da ação), que somavam em torno de R$ 600 mil a R$ 700 mil, foram sanadas, mas o saldo de R$ 800 mil ou R$ 700 mil ninguém sabe onde foram parar. Tudo um escândalo muito estranho e suspeito e que sequer mereceu um pequeno registro por parte da imprensa canoense. Por mais isso um estranho silêncio sepulcral.

Os menos crédulos entendem tal como um "doppio giocco" ou, numa tradução ilustrativa, um "jogo de truco" com cartas marcadas. Não se surpreendam se no daqui a pouco a nobre e valiosa área não será transformada num belo e aprazível residencial horizontal e sob a propriedade de empresários canoenses, sendo um deles um conhecidíssimo profissional da área imobiliária.

Quanto ao Grêmio Niterói, esclarecendo a leitora Clarissa, como clube o Grêmio Niterói não existe mais. O que há são três ou quatro proprietários que arremataram o clube em leilões. Um ficou com o terreno onde localizava-se a sede velha, construída em madeira; outros dois arremataram o ginásio de esportes e o conjunto de piscinas (que estão explorando comercialmente) e um último ficou com a sede social, que está aproveitando e promovendo eventos. Mas tudo que lá está funcionando são de iniciativa de proprietários particulares, que arremataram o que restou do clube após os três leilões, que serviram para cobrir as altas e também estranhas despesas e compromissos com indenizações trabalhistas e a terceiros, já que as audiências na Justiça do Trabalho, pelo que se tem conhecimento, correram à revelia pela ausência dos representantes e responsáveis pelo "Clube Grená".

Quanto ao "clube da aritocracia", em fase de falência, as informações extra-oficiais davam conta de que tudo fora previamente arquitetado, a partir da elevada soma dos compromissos com terceiros e os legais. E, ainda conforme informações não oficias, é o que aconteceu com o Canoas Country Clube. Aliás, pela forma como tudo começou em 1985, era possível de prever tal desfecho. Essa uma outra história que alimentará os anais da vida social canoense.

Para complementar a ficha do ex-presidente, que promoveu o "rombo" no Canoas Country Club, entre 1994 e 1998, a empresa metalúrgica, da qual é um dos sócios, tinha uma dívida ativa com o Tesouro do Estado de R$ 5.693.517,84, conforme o site da SEFAZ (Secretaria Estadual da Fazenda), em agosto de 2007.

Quem viver, verá. Lamentavelmente!

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