sábado, 12 de maio de 2007

A Imprensa Cega, Muda e Surda

Apesar da boa intenção e do sentido de envolver, democraticamente, a população na escolha do Patrono da 23ª Feira do Livro de Canoas, esboçado pelo Departamento de Cultura da SMEC, o sistema deixou a desejar, posto que permitiu aos internautas votarem tantas vezes quantas desejassem, fosse em apenas um ou mais patronáveis.

Assim, o resultado apurado e oficializado via site da Prefeitura Municipal, nos mostra que cerca de 10% da população canoense participou do processo de votação, sendo apurado um número de votos tão expressivos que causa inveja até mesmo aos candidatos que concorreram a deputado estadual na última eleição.

Ou a divulgação da campanha pró eleição do patrono - e aqui a ressalva de que em absoluto estamos nos inserindo contra o patronável eleito, pessoa que conhecemos como absolutamente idônea, professor, escritor e procurador de Justiça de alto nível ético e profissional, e que nos anos 60, então no extinto Colégio Comercial de Canoas, foi nosso professor de português, com irreprimível competência - deflagrada pelo Departamento de Cultura, via site da Prefeitura Municipal de Canoas, teve repercussão além do nosso conhecimento ou, no comparativo, os candidatos de Canoas à deputação estadual não tiveram a mesma competência para sufragar tão expressiva votação nas urnas.

Pois, é surpreendente o que foi divulgado como votação para patrono da Feira do Livro, 32.988 votos, visto que tal representa cerca de 10% da população de Canoas, que, segundo o censo do IBGE de 2006, é de 333 mil habitantes, feito, portanto, invejável, ainda mais em processo via internet, não fosse, obviamente, o sistema permitir que se pudesse votar tantas vezes quanto desejadas, tanto em um único patronável ou em diversos. E tal, eu próprio pude constatar e comprovar, quando na primeira vez votei seis vezes em dois candidatos diferentes. Não convencido, retornei para confirmar e assim votei mais 15 vezes num único candidato. E o sistema aceitou e registrou todos os 21 votos. Aí a questão: Há 33 mil canoenses com acesso à internet?

Dias antes a votação já havia sido suspensa, como alertava o próprio site da Prefeitura Municipal, por registrar mais de um milhão de votos. Fato também registrado pelo jornalista Túlio Moreira, em sua coluna "Contraponto" no jornal virtual Correio de Notícias.

Porém, mesmo diante do envio de e-mails, revelando a constatação de tão expressiva votação, nenhum jornal da imprensa tupiniquim citadina, fez qualquer menção ao fato e sequer procurou averiguar a factualidade do feito. Omissa, a imprensa fez-se de cega, muda e surda. Um estranho silêncio completo, o que nos leva a concluir que há uma certa cumplicidade por deixar de manifestar-se quando deveria fazê-lo, se esse é o seu papel. É como diz o ditado: "Quem cala, consente".

De resto, é lamentável.

Resta, pois, torcer para que na 24ª Feira do Livro de Canoas tal não se repita, para a boa credibilidade do precosso eletivo, o que tornará o resultado mais insuspeito e transparente.

Um comentário:

Leandro Luz disse...

COncordo e discordo de vc em alguns aspectos. Primeiro, as convergências: acho q deveria ser um voto por IP do computador, mas como a maioria esmagadora das enquetes q vejo pela rede, um voto por dia ficaria suficiente, como acontece no prêmio Press todo o ano. O vivente vota uma vez diariamente no candidato de sua preferência. Mas apenas UMA VEZ por dia.
Agora, a imprensa estar cega, nao concordo. Aqui no CN, tentamos descobrir o motivo, mas nos informaram (Prefeitura) que foi uma falha no sistema, q permitiu q um hacker se apropriasse do sistema. Nao cai nessa, mas vc sabe como as coisas funcionam em Canoas, sempre às escondidas....

Abração e força pro nosso Colorado!