terça-feira, 23 de março de 2010

Academias de Letras: Fardões com "colarinho branco"

Pois, cada dia nos surpreendemos mais com os políticos que militam por essas bandas do espoliado "patropi". Como sempre aconteceu, desde tempos remotos, quando da conmcessão de  títulos de nobreza à mais comum das homenagens ou distinções com a enxurrada de troféus que passou a pulular do Iapoque ao Chuí, vê-se, como pano de fundo, a imagem de Tartufo (a personagem de Voltair que personifica à prefeição a hipocrisia). Assim são também as condecorações oficiais, militares e políticas. As homenagens póstumas geralmente referentes aos políticos: e daí dão-lhes o seu nome à ruas, praças, etc. Os destaques nas áreas públicas, para não magoar nenhuma corrente política (êta, hipocrisia!), listam um representante de cada partido. Ou melhor, de cada sigla, pois que acabaram com as ideologios e filosofias dos partidos, transformando todos numa mesma coisa. Exatamente, "a mesma coisa".

Lembro de um registro no semanário o Tomineiro feito por um jornalista que se orgulhava de afirmar que era "anarquista", porém sempre esteve ligado a algum partido, cargo eletivo ou CC - Cargo em Comissão, até irregular. Mas sua pregação, por outro, era cheia de moral e ética. E de repente no seu artigo semanal, um registro surpreendente, onde, generalizando, rotulava todos os "promouters" de eventos e concessões de troféus de "picaretas". E dizia mais, referindo-se a outorga de troféus: "Os picarentas vendem e os vaidosos pagam. Eles se merecem!". Mal lembrava ele que em 8 de setembro de 198 ..., ele também havia promovido uma festa com outorga de troféus, digamos, à vinte personalidades às quais cobrou e bem. Esqueceu-se ele, diante da sua modéstia, de incluir-se entre os "picaretas".

De repente, ao se ler o rol dos "imortais" (???) que, usando fardões", se põem vaidosos e ostentativos a tomar chá com biscoitinhos, a maioria de "colarinho branco", são nomes que militam ativamente na política. Para tanto basta publicar os discursos em formatação de livro ou mesmo escrever um inigualável "Marimbondos de Fogo", que já se tornam candidatos competentes à envergarem o tal de fardão "com colarinho branco", obviamente.

Se isso não bastasse, como forma de ironizar a sociedade, a Academia Alagoana de Letras elegeu para uma das cadeiras ninguém menos do que o ex-presidente, "impeachado", Fernando Collor de Mello, sem que jamais tivesse ele escrito qualquer livro.

Daí ter-se que dar razão ao polêmico cineasta e pesquisador Antônio Jesus Pfeil, quando, referindo-se aos "imortais", diz ironicamente: "Academia Brasileira de Letras ... de Câmbio".

De fato e de direito (feito e imposto por eles mesmos) ... lamentavelmente!

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