sábado, 13 de março de 2010

Políticos sem palavra: O que falaram ontem não vale prá hoje


LEGENDA: A governadora do Estado, Ieda Crusius (PSDB) e o prefeito de Canoas Jairo Jorge da Silva (PT). Aí foi selada a devolução da área de 558 ha, que o Estado, no governo Olívio Dutra (PT), havia doado a Canoas, e que agora é devolvida, deixando de ser área de preservação para dar lugar a construção de um presídio. (Foto O Timoneiro).

Pois, na política há décadas que venho acompanhando e ouvindo promessas e mais promessas ... antes da eleição. Eleitos, no dia seguinte já passam a ter outra personalidade, outro caráter e outro senso do moralidade, e nenhum compromisso com que fora prometido. Muito pelo contrário: o povo que se dane!

Assim, conforme Projeto de Lei de autoria do então vereador, e o mais votado, Jairo Jorge da Silva (PT), "O Guajuviras é uma reserva ecológica, que deveria ser preservada e que os 558 hectares não poderia ter outra finalidade se não a de preservação ambiental", conforme está registrado também no semanário O Timoneiro, de 12/03/2010, na coluna Momento Político. Jairo Jorge da Silva, hoje o primeiro prefeito eleito do PT, na época, juntamente com o também vereador Paulo Ritter, brigou até mesmo para que a área não fosse utilizada para a instalação de indústrias.

Canoas é um dos municípios mais ricos do Estado, ou seja, o segundo município em arrecadação, considerando-se a capital Porto Alegre. Por outro lado, ironicamente, é uma cidade essencialmente proletária que, assim, necessita urgentemente de mais indústrias para a geração de mais empregos. O desemprego em Canoas - e jamais acreditem em pesquisas, estimativas, etc - é onde há um dos mais altos índices. E isso, mesmo sendo do Partido dos Trabalhadores, o prefeito Jairo Jorge da Silva ignorou. Mas pelo que se tem comprovado via imprensa, o atual governo, que diz pertencer ao Partido dos Trabalhadores (ironia), devolve ao Estado uma área de 558 hectares, que já haviam sido destinados 111 hectares à instalação de novas indústrias não-poluentes, ficando o restante como área de lazer à comunidade e de preservação ecológica, como exigiram as entidades ligadas à preservação ambiental e o próprio PT.

Com essa decisão do prefeito Jairo Jorge da Silva, e a cumplicidade da Câmara Municipal de Vereadores, que foi unânime em aprovar a devolução da área ao Estado à construção de um presídio, Canoas fica sem qualquer alternativa para atrair novas empresas exatamente por falta de área compatível e específica, posto que o atual Plano Diretor impõe uma série de restrições à instalação e até mesmo ampliação de empresas na maioria do território municipal. Se com o já aprovado Distrito Industrial Guajuviras, que compreenderia 111 hectars de uma área total de 558 hectares, era difícil atrair novas empresas, depois dessa decisão anti-ecológica e anti-social, a situação fica ainda mais drática, lamentavelmente.

E isso fica debitado à insensibilidade das autoridades que, em não estando preparadas para os feitos de cunho coletivos, levam um município à estagnação tanto em termos de novas empresas e, conseqüentemente, de mais empregos. Essa a razão do anti-social.

Canoas, por outros, se ressente de uma melhor qualificação e mais atenção com a questão da saúde pública. O HPS Canoas, que está sob a responsabilidade da Prefitura Municipal, trabalha com 50% da sua real capacidade. O Hospital Nossa Senhora das Graças, o "Gracinha", que atende toda a população indistintamente, de Canoas e cidades circunvizinhas, está sobrecarregado, sem estrutura para o devido, correto e humano atendimento aos cidadãos que dele se recorrem, além de falta de leitos, equipamento ultrapassados e muitos em condições de não funcionamento por falta de recursos para os reparos; falta de medicamentos e equipamentos de última geração; carência do quadro médico, com raros especialistas atendendo e mesmo assim em espaço curto de tempo (duas horas cada em média), falta de enfermeiros e de pessoal e material de hotelaria à devida e indispensável higiene. A saúde, no município que mais arrecada no Estado, excetuando-se Porto Alegre, está na UTI, em estado irreversível de permanente caos.

E assim tem sido também com a questão da preservação do patrimônio arquitetônico histórico, como nos faz lembrar a importante e ecologicamente estratégica área da Villa Mimosa. E por certo, o que poderá acontecer também com a área que pertenceu à família Rosa (na rua Victor Barrreto), à família Silveira (na esquina da Santos Ferreira com a Felipe Noronha) e outras mais.

*** Para ampliar as fotos basta UM CLIC sobre as mesmas.

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