sábado, 20 de setembro de 2008

Fumo, proibição radical: mera hipocrisia e segregação


Há uma resistência aos fumantes sob a alegação dos males atribuídos ao fumo. O Congresso está a aprovar proibição em todos os locais fechados, públicos e privados, enquanto os governos, na contra-mão, arrecadam os impostos e permitem o livre comércio. Antônio Ermírio de Morais e Ricardo Kotscho, querem o fechamento das fábricas - o que é o mais lógico - e o governador José Serra (SP), quer até prisão para fumantes.

DESTAQUE: O cigarro é, realmente, o grande vilão da saúde? Por quê, então, políticos, médicos e sanitaristas fumam? Por o fumo pode ser plantado? Por quê o cigarro pode ser fabricado e comercializado livremente? Porque fábricas de cigarro conseguem subsídios para ampliação de suas fábricas, como aconteceu no governo de Ieda Crusyus, no Rio Grande do Sul? Por quê o governo arrecada impostos, cobrando altas taxas, sobre um produto que é proibido de ser consumido, mas pode ser comercializado, adquirido pelo consumidor, mas este não pode consumí-lo livremente? Tartufice e gana por arrecadação?


O gancho desta reportagem foi a decisão do governador José Serra e ex-Ministro da Saúde, de enviar Assembléia Legislativa de São Paulo projeto de lei proibindo de vez o fumo em lugares fechados, públicos e privados, e prevendo até prisão de quem insistir em ascender um cigarro.

Ora, como sempre acontece, os governantes, hipocritamente, procuram penalizar o consumidor que, em última análise é a grande massa, o povo, enquanto jamais terão coragem de ir direto à raiz dos problemas. No caso do fumo não é efetivamente verdade que é o maior causador de males e mortes, como tem sido amplamente divulgado pela mídia servil, mas fundamentalmente pelos múltiplos produtos químicos que são agregados, criminosamente, pelas indústrias ao cigarro.

Além do alcatrão e da nicotina, e através de um exame realmente isento e verdadeiro, se chegará a conclusão que os ingredientes químicos agregados ao cigarro são os que mais provocam o câncer e a multiplicidade de problemas do sistema respiratório. Mas nenhuma medida efetiva contra tais e ilimitadas adições de produtos químicos, no papel, por exemplo, são tomadas, nem mesmo uma fiscalização do produto final é feita pelos órgãos responsáveis (leia-se ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária), tanto pelos organismos sanitários, quanto pelos responsáveis pela preservação da saúde pública. A começar pelo filtro que se contrapõe aos princípios defendidos pelos ecologistas: o filtro dos cigarros é um produto classificado como não-biodegradável.

O jornalista Ricardo Kotscho, no seu site "Balaio do Kotscho" de 14/09/2008, e sob o título: "Antônio Ermírio, Lula e o cigarro: porque não fecham as fábricas?", um inveterado fumante desde os 12 anos de idade, como revela, dá total razão ao empresário Antônio Ermínio de Morais que, em artigo publicado à página 2, da "Folha" (São Paulo), sob o título: "Fumo: até quando?", onde sublimarmente sugere que o governo feche as fábricas de cigarro.
Convenhamos que o cigarro não é lá um remédio ou um produto saudável, porém um produto de consumo legal e livre, de fabricação e comercialização autorizada pelo governo, que causa males à saúde e inconveniência a quem não fuma. Mas daí, radicalizar, promovendo a segregação e ameaça de prisão ao que o próprio governo considera legal, pelo menos para efeito de arrecadação, há não só um exagero, mas a castração de um direito legítimo e constitucional.

Mas, sem hipocrisia, não chega a ser o grande mal que vem sendo, demagogicamente, propalado através da mídia. A não ser, reafirmamos, pelos inúmeros produtos químicos adicionados pelas fábricas, altamente cancerígenos, que fazem parte da composição do cigarro a partir do momento em que este produto passou a ser altamente consumido. E é exatamente isso que os governantes devem, primeiramente, combater: os ingredierntes químicos adicionados, e não, contrariando a Constituição, promover a segregação social e tirando direitos, já que o cigarro é um produto livre à comercialização e aquisição pelos cidadãos brasileiros; inclusive com ameaça de prisão, na visão vesga do demagogo José Serra, a quem não está praticando crime algum.
Se o próprio governo permite - e até faz questão, inclusive estimulando e subsidiando a ampliação de fábricas, como a pouco aconteceu no Rio Grande do Sul - que se plante o fumo, que as fábricas produzam os cigarros (altamente rentável em termos de arrecadação para o governo), além dos milhares de empregos que gera, e que o mesmo seja legalmente comercializado nos mais diferentes e variados locais, não é a proibição extremada uma violação aos direitos do cidadão?

Não há, José Serra, Kotscho e Antônio Ermírio, uma notória contradição e uma segregação social em tais medidas? Não é, conforme garante a Constituição, um ato senão de pressão e despotismo, obrigando, por leis esdrúxulas e inconstitucionais, a cidadãos que não cometeram qualquer crime, serem forçados ao "confinamento", além de serem social e publicamente discriminados e ameaçados com prisão?

Já o presidente Luís Inácio Lula da Silva, também ele um fumante, se disse a favor de que se possa fumar em qualquer lugar. Pelo menos o Presidente Lula foi coerente, respeitando, ainda que subliminarmente, o que assegura a Constituição e até porque o governo se beneficia, e muito, com a produção e o consumo do fumo, através de uma das mais altas taxas de impostos imposto a qualquer produto, artigo ou serviço.

O que o governo, inclusive o de São Paulo, deve fazer, urgentemente, é impor e exigir que as fábricas eliminem a adição de amônia e adotem tecnologias que reduza a quantidade de alcatrão e nicotina, assim como os químicos que fazem parte do papel (invólucro) do cigarro.
O empresário Antônio Ermírio de Morais esqueceu-se, casualmente, de descrever os males causados pela poeira que se espalha por longas distâncias das suas fábricas de cimento. Males que atingem as vias respiratórias e os pulmões de adultos, adolescentes e crianças, causando gravíssimos problemas de saúde.

O político José Serra, que já exerceu o Ministério da Saúde, jamais manifestou-se pela proibição da circulação de veículos, como ônibus, caminhões e vans, que utilizam o óleo diesel, este das maiores fontes de monóxido de carbono, altamente tóxico e cancerígeno, um veneno extremamente prejudicial à saúde de toda a população e dos maiores causadores de doenças do sistema respiratório, atingindo, indiscriminadamente, adultos e crianças, com ou sem automóvel ou qualquer veículo auto-motor.

Sequer existe uma débil vigilância, quanto mais uma deveras e enérgica fiscalização com a penalização dos infratores que infringem as regras sobre a correta manutenção de veículos auto-motores.

Eis aí uma matéria que, sem dúvida, vai gerar muita polêmica, ainda que a Constituição garanta tal direito aos fumantes e a permissão do governo à livre produção e comercialização dos produtos contendo fumo: cigarro, charuto e cachimbo.


Conclusão: Por essa via, de fechar as fábricas como se solução, o cigarro vai acabar em mais um produto do "tráfico ilegal". Será que é isso que governantes, empresários e jornalistas, como Serra, Antônio Ermírio e Kotscho querem?



FINAL: Este artigo não é apologia ao fumo ou cigarro, mas uma denúncia de segregação, de irresponsabilidade dos governantes que não fazem cumprir as leis, dos fabricantes que, criminosamente, adicionam indiscriminadamente produtos químicos para tornar o fumante mais dependente. E, por fim, por tratar-se de um crime contra a saúde pública.

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