terça-feira, 25 de outubro de 2011

Um grito de alerta ressoa do Comandante da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada - Bagé/RS.

Cel. Mário Luiz de Oliveira, comandante da 3ª Brigada Mecanizada, em Bagé-RS.
."Revolução Democrática de 31 de março de 1964". Sob esse título o cel. Mário Luiz de Oliveira ch EM da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, Bagé-RS, proferiu seu discurso, conforme e-mail recebido e cujo não especifica a data ou evento e nem a razão por tal manifestação em nome do Exército Brasileiro, como fica claro no texto que se segue:

"Soldados da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada !
Há 46 anos atrás, o presidente da República, João Goulart, era deposto. Uns chamam esse acontecimento de golpe militar, outros, de tomada do poder. Para nós, brasileiros, ocorreu a Revolução Democrática de 1964, que afastou nosso querido país de uma ditadura comunista, cruel e sanguinária, que só os irresponsáveis, por opção ou por descuido, não querem enxergar.

A grande maioria de vocês, principalmente os mais jovens, foram cansativamente expostos à idéia transmitida pela propaganda política, inserida nas salas de aula, nos ditos livros didáticos, nos jornais, programas de rádio e de TV, que os militares tomaram o poder dos civis para impedir que reformas moralizantes fossem feitas; que  para combater os "generais que usurparam o poder" os jovens da época uniram-se e lutaram contra a ditadura militar e que muitos deles morreram, foram mutilados, presos e torturados na luta pela redemocratização do país; que jovens estudantes, idealistas, embrenharam-se nas matas do Araguaia para lutar contra a ditadura.

Mas qual é a verdade sobre o Movimento de 31 de março?

Para responder a esta pergunta, basta tão simplesmente voltarmos nossas vistas para aquela conturbada época da vida nacional. O país vivia no caos. Greves políticas paralisavam os transportes, as escolas, os bancos etc. Filas eram feitas para comprar alimentos. A indisciplina nas Forças Armadas era incentivada pelo governo. João Goulart queria implantar suas reformas de base à revelia do Congresso Nacional. Os principais jornais da época exigiam a saída do presidente, em nome da manutenção da democracia. Pediam para que os militares entrassem em ação, a fim de evitar que o Brasil se tornasse mais uma país dominado pelos comunistas. O povo foi às ruas pedindo o fim daquele desgoverno, antes que fosse tarde demais.

E, assim, aconteceu o 31 de março! Naqueles dias seguintes, editoriais e mais editoriais exaltando a atitude patriótica dos militares eram publicados, nos mesmos jornais que, hoje, caluniam a Revolução... Os comunistas que pleiteavam a tomada do poder não desanimaram e passaram a insuflar os jovens, para que entrassem numa luta contra seus irmãos, pensando que estariam lutando contra a ditadura. E mentiram tão bem que muitos  acreditam nisso até hoje.

E foi com essa propaganda mentirosa que eles iludiram muitos jovens e os cooptaram para as suas organizações terroristas. A luta armada havia começado. Foram vários atos terroristas:  atentados a bomba no aeroporto de Recife, em quartéis do Exército, em instalações diplomáticas de outros países; seqüestros e assassinatos de civis, militares e autoridades estrangeiras em solo brasileiro. A violência revolucionária havia se instalado. Naquela época, os terroristas introduziram no Brasil a maneira de roubar dinheiro com assaltos a bancos, a carros fortes e a estabelecimentos comerciais.

Foram eles os mestres que ensinaram tais táticas aos bandidos de hoje. Tudo treinado nos cursos de guerrilha em Cuba e na China. As polícias civil e militar sofriam  pesadas baixas e não conseguiam, sozinhas, impor a lei e a ordem. Para não perder o controle da situação, o governo decretou medidas de exceção, pelas quais várias liberdades individuais foram suspensas. Foi um ato arbitrário, mas necessário. 

A frágil democracia que vivíamos não se podia deixar destruir. Graças ao Bom Deus e Senhor dos Exércitos, vencemos a besta-fera! Os senhores sabiam disso? Com quantas inverdades fizeram "a cabeça de vocês"! Foi a maneira  que os comunistas  encontraram para tentar justificar a sua luta para implantar um regime do modelo soviético, cubano ou chinês  no Brasil. Por intermédio da mentira, eles deturparam a História e conseguiram o seu intento. Alguns de vocês que não nasceram naquela época, chegam mesmo a acreditar no que eles dizem... E por que essas mentiras são repetidas até hoje? Por que passado quase meio século, ainda continuam a nos caluniar? Qual será o motivo desse medo e dessa inveja?

Esta resposta também é simples:É porque eles sabem que nós, militares, não nos deixamos abater pelas acusações contra as Forças Armadas, porque, na verdade, apenas cumprimos o dever, atendendo ao apelo popular para impedir a transformação do Brasil em uma ditadura comunista, perigo esse que já anda ao derredor do nosso Brasil, só que com outra maquiagem. É porque eles sabem que nós, militares, levamos uma vida austera e cultivamos valores completamente apartados dos prazeres contidos nas grandes grifes, nas mansões de luxo ou nas contas bancárias no exterior, pois temos consciência de que é mais importante viver dignamente com o próprio salário do que realizar orgias com o dinheiro público.

É porque eles sabem que nós, militares, temos como norma a grandeza do patriotismo e o respeito sincero aos símbolos nacionais, principalmente a nossa bandeira, invicta nos campos de batalha, e o nosso hino, jamais imaginando acrescentar-lhes cores ideológico-partidárias ou adulterar-lhes a forma e o conteúdo. É porque eles sabem que nós, militares, temos orgulho dos heróis nacionais que, com a própria vida, mantiveram íntegra e respeitada a terra brasileira e que esses heróis não foram fabricados a partir de interesses ideológicos. É porque eles sabem que se alguma corrupção existiu nos governos militares, ela foi pontual e episódica, mas jamais uma estratégia política para a manutenção do poder ou o reflexo de um desvio de caráter a contaminar por inteiro um ideal. É porque eles sabem que nós, militares, somos disciplinados e respeitamos a  hierarquia, ainda que tenhamos divergências com nossos chefes, pois entendemos que eles são responsáveis e dignos de nossa confiança e que não se movem por motivos torpes ou por razões mesquinhas. É porque eles sabem que nós, militares, não nos dobramos à mesquinha ação da  distorção de fatos que há mais de 40 anos os maus brasileiros vem impondo à sociedade, com a clara intenção de impor-lhe a idéia de que os guerrilheiros de ontem (hoje corruptos e ladrões do dinheiro público) lutaram pela democracia, quando agora já está mais do que evidente que o desejo por eles perseguido há anos, 'sempre foi - e continua sendo - o de implantar no país um regime totalitário, uma ditadura mil vezes pior do que aquela que eles afirmam ter combatido. É porque eles sabem, enfim, que todo o mal que se atribui a nós, militares, e às Forças Armadas - por maiores que sejam os nossos defeitos e limitações - não tem respaldo na Verdade histórica que um dia há de aflorar.

Soldados da Brigada Patrício Corrêa da Câmara! Pertencemos ao Exército Brasileiro, brasileiro igual a todos nós e com muito orgulho no coração. Exército invicto nos campos de batalha, onde derrotamos comunistas, nazi-fascistas, baderneiros, guerrilheiros, sabotadores, traidores da Pátria, conspiradores, predadores do patrimônio público, bandidos e terroristas. Mas retornemos agora nossas vistas para o presente... O momento é decisivo para o Brasil, e por conseguinte, para todos nós, brasileiros.

Mas será que estamos realmente conscientes  disso? Parece que não! O País vive em um clima de oba-oba, tipo "deixa a vida me levar, vida leva eu"... O dinheiro público é distribuído em alguns tipos de bolsas, umas de indisfarçável cunho ideológico revanchista e, outras, voltadas ao assistencialismo, nunca na história desse País visto em tão larga escala... A mídia satura a grande massa, "coincidentemente" o grande colégio eleitoral, com programas televisivos de baixíssima qualidade cultural, de cunho nitidamente apelativo, fabricando falsos heróis, que corroem os valores cristãos do nosso povo... como que distraindo-o, a fim de impedi-lo de enxergar o que anda acontecendo por aqui e ao nosso redor: situações idênticas ocorridas no Brasil e em outros países são tratadas de formas diferenciadas, conforme a simpatia ideológica; a palavra empenhada, as posições firmadas e documentos estratégicos são trocados ou modificados conforme a intensidade da reação da opinião pública, tornando transparente a falta de seriedade no trato dos destinos do Brasil, ou pior, revelando as verdadeiras intenções, ocultas e hediondas. Se não bastasse, serviçais de plantão vem à mídia tentar explicar o inexplicável, isso quando não jogam a culpa na opinião pública, dizendo que foi ela quem entendeu de forma errada ou procuram fazer-se de vítimas face à suposta campanha difamatória, quando na verdade os fatos estão aí, as claras? No entanto, parece que as pessoas encontram-se anestesiadas, apenas "vivendo a vida", discutindo qual a melhor cerveja, ou quem deve ser eliminado da casa, se tal jogador deve ser convocado...

O que vemos hoje já era utilizado nos tempos do antigo Império Romano, a estratégia do "pão e circo: dê ao povo comida e diversão de graça e ele esquecerá seus problemas...". Porém, ao longo da História da civilização, diversas personalidades já apontavam para os perigos desses momentos de desesperança, destacamos:

Martin Luther King - "O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons..." ;
Burke - "Para o mal triunfar, basta os homens de bem não fazerem nada..." ;
Mário Quintana - "O que mata um jardim não é o abandono ! O que mata um jardim é esse olhar vazio de quem passa indiferente por ele" ; e
Rui Barbosa - "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto" .

Não! Não deixaremos que os inimigos da Pátria venham manchar sua honra ou deturpar seus valores cristãos. Não envergonharemos nossos antecessores, os quais nos legaram esse Brasil-Continente, livre e soberano! Soldados da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, estaremos sempre atentos e, se o Bom Deus e Senhor dos Exércitos assim o desejar, cumpriremos nossa sagrada missão de defender a Pátria. Que seja isso, ou que o sol, sem eflúvio, sem luz e sem calor, nos encontre no chão a morrer do que vivo sem te defender..."

Assina, Mário Luiz de Oliveira, Cmt Interino da 3ª BDA CMEC.


Do blogueiro: Faltou ao cel. Mário Luiz de Oliveira citar quem realmente pontificou o golpe e insuflou as Forças Armadas à derrubada do ex-presidente João Goulart, o Jango, o que fazemos aqui, conforme relata a história: o jornalista e ex-governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda (este inimigo vital contra o governo dos presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Jango, como deixava claro nas páginas do seu jornal Tribuna da Imprensa e foi um dos principais e mais influentes líderes civis do "golpe militar" de 1964), o então governador de Minar Gerais, Magalhães Pinto e o então governador de São Paulo, Adhemar de Barros, movidos pelas manifestações dos estudantes (UNE - União Nacional de Estudantes) que passou a contar com o apoio e a participação da Igreja Católica, através do surgimento de segmentos políticos com orientação socialista.


Além do mais, o Comandante Mário Luiz de Oliveira se contradiz quando chama o golpe militar de 31 de março de 1964 de "Revolução Democrática de 1964", posto não haver democracia numa ação em que são empregadas o poder da força através das Forças Armadas, e tal feito impondo, depois a mais ampla censura a todo o povo brasileiro com a instituição do "AI-5" (Ato Institucional N° 5), que fechou o Congresso e expurgou a pleno a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa no Brasil por cerca de 21 anos. Nenhum golpe que toma o poder a força pode ser chamado de "Revolução Democrática", e menos ainda quando impõe totais reservas à manifestações públicas, censura plena, prisões, condenações e assassinatos à artistas de cinema e teatro, cantores, jornalistas e gente do povo: uma grande maioria inocente.


Por outro, a ditadura, que durou 21 anos, foi realmente um período "cruel e sanguinário", como discursou o cel. Mário Luiz de Oliveira, porém é preciso ressaltar que a crueldade e o sangue que correu ficou por conta do que acontecia nos "porões" do DOI-CODI, Exército e outros, quando muitos brasileiros inocentes - vale lembrar o jornalista Vladimir Herzog, que foi tirado da redação da TV Cultura, onde era diretor de jornalismo, levado a um dos "porões" e lá ficou, tornando-se "simbolo da luta pela democracia, pela liberdade e pela justiça", como afirmou o jornalista Sérgio Gomes e do jovem canoense Celso Gilberto Oliveira, cruelmente assassinado em dezembro de 1970 e que foi um dos mortos inspiradores do filme "Prá Frente Brasil"- que formaram em frentes de resistência ao golpe militar impetrado em 31/03/1964, insuflado, especialmente, por políticos anti-nacionalista acima nomeados. O dono do jornal "Tribuna da Imprensa" e governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda passou a ser conhecido como "o golpista derruba-presidentes" (leia-se os presidentes Getúlio Dornelles Vargas, Juscelino Kubitschek de Oliveira, Jânio Quadros e João Belchior Goulart).


Quanto ao quadro atual não há como não concordar com a preocupação do Comandante Mário Luiz de Oliveira, pois que se constata uma pseuda (falta) democracia, enquanto na verdade real impera a pedantocracia e a "achacocracia" de forma impostora e privilegiada pela impunidade de um Poder Judiciário igualmente aprodrecido, moral e eticamente, e que, assim, escamoteia a verdade ainda que pisando por cobre a Constituição Federal e muitas das leis vigentes.


Fonte 1: http://www.averdadesufocada.com/index.php?option=com_content&task=view&id=3129&Itemid=1
Fontes:http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Lacerda
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/Golpe1964
http://www.brasilescola.com/historiab/golpe-militar.htm.

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